sexta-feira, 14 de março de 2008

Se o Espiritismo foi codificado por Allan Kardec, isso significa que ele já existia, embora não codificado?

Antes da codificação, existiam os fenómenos. Havia estudos a respeito, análises científicas e até doutrinas baseadas nesses estudos, mas quase sempre de forma isolada e assistemática. Allan Kardec empreendeu o trabalho de pesquisa científica dos fenómenos mediúnicos e de análise dos ensinamentos fornecidos pelos Espíritos e pelas suas consequências filosóficas e morais. Ao seu trabalho de agrupar tudo isso em um corpo coerente de conhecimentos (criando inclusive a palavra Espiritismo para designá-lo), denomina-se de codificação do Espiritismo.

Qual é a diferença entre Espiritismo e Espiritualismo?

O Espiritualismo é uma filosofia que se opõe ao Materialismo. O materialista crê somente na matéria, ou seja, naquilo que ele pode ver; para ele, portanto, em relação ao homem, tudo se acaba com a morte. O espiritualista crê em algo além da matéria, ou seja, o homem sobrevive à morte do corpo, seja como Espírito, Alma, Ego etc. Existem várias filosofias espiritualistas. O Espiritismo também se opõe ao Materialismo. Defende a existência de Espíritos eternos e as comunicações entre os planos espiritual (mundo invisível) e corporal (mundo visível).
Assim, o espírita ou espiritista pode também ser considerado espiritualista, mas nem todo o espiritualista é espírita.

O que caracteriza a Doutrina Espírita?

As principais características do espiritismos Kardecista são:

Acreditar na sobrevivência da alma após a morte física;
Acreditar na comunicação entre as almas dos desencarnados (Espíritos) e os encarnados;
Acreditar na possibilidade de os Espíritos voltarem a nascer (reencarnação);
Não possuir dogmas. Toda a doutrina está sujeita a análise rigorosa, isto é, a crença se baseia na análise científica das ocorrências mediúnicas e fatos relacionados;
Não aceitar rituais, hierarquias religiosas ou práticas materiais de qualquer espécie.

sábado, 1 de março de 2008

Quando surgiu e o que é o centro espírita?

1.- As primeiras sociedades destinadas à observação dos fenômenos mediúnicos e ao estudo da nova doutrina surgiram ainda à época de Kardec. Surgiu da necessidade de reunir os que se interessavam pelo aprofundamento no conhecimento da doutrina nascente, trazida pelos Espíritos. size=2> Allan Kardec recomendou, então, que fossem formados pequenos grupos, que deveriam se caracterizar pela homogeneidade de pensamentos e intenções, pois somente assim poder-se-ia atrair bons espíritos, que tivessem propósitos sérios e relevantes para a humanidade. Grupos com um número de integrantes excessivamente alto, além de dificultar a homogeneidade recomendada, face à variedade de pensamentos que certamente reuniriam, dificultariam a manutenção do recolhimento e do silêncio necessários ao ambiente respeitoso que deveria reinar nessas sociedades. size=2> Advertiu, ainda, o Codificador, para que as sociedades em size=2>formação não se ocupassem com comunicações frívolas, apenas a título de passa-tempo, pois com esse comportamento atrairiam espíritos igualmente frívolos, que procurariam apenas se divertirem com as reuniões, nada trazendo de útil. As comunicações deveriam objetivar, tão somente, o ensinamento dos Espíritos Superiores. 2.- Quanto à segunda parte do questionamento, podemos dizer que o conceito de "centro espírita" foi se modificando com o tempo. O que de início eram grupos que se dedicavam apenas ao recebimento do ensino dos Espíritos tiveram suas atividades e objetivos diversificados. Hoje, na prática, Centro Espírita é um misto de hospital, escola e templo religioso. Hospital para os necessitados de size=2> apoio espiritual, que, em verdade, somos todos; escola para os desejosos de estudarem e conhecerem a doutrina e templo religioso para os que buscam um consolo na prece na vivência evangélica. size=2> Assim, o modelo hoje dominante da casa espírita é aquele da prestação de socorro espiritual, com sessões de cura, passes e água fluidificada; das reuniões mediúnicas para recebimento de mensagens dos guias e para tratamento de espíritos em dificuldades; das reuniões de estudo doutrinário, onde são ministrados cursos e palestras sobre diversos aspectos que a doutrina compreende; do trabalho assistencial a pessoas carentes, em geral da comunidade onde se encontra localizado o Centro.

O que significa "tomar um passe" ?

Segue pequeno resumo do assunto "passe":

O QUE: O passe é uma transmissão magnetica de fluidos energéticos, de uma pessoa a outra. Quem recebe é denominado de paciente, e quem ministra o passe é denominado de passista, ou ainda médium passista. "Tomar passe" é, portanto, ter participado de uma sessao de passe, do ponto de vista do
paciente; já do ponto do passista, esse "Deu um passe".

EXCLUSIVIDADE: O passe, assim como a comunicacao mediunica, nao são exclusivos dos espíritas; qualquer um, independente de sexo, ou religiao, pode aplicar ou receber um passe.

TIPOS: Há varias maneiras de se aplicar o passe; os mais comuns sao aqueles usando-se as maos: o passista fica de pé, em frente ao paciente (que está sentado) e vai passando as maos ao longo do corpo do paciente, perto do corpo mas sem toca-lo.

TEMPO e FREQUÊNCIA: O tempo do passe é variavel, mas regra geral é curto, da ordem de 5 minutos ou menos. O numero de sessoes (frequência) tambem varia, e geralmente deve ser grande, para surtir o efeito desejado. Um dos grandes erros de quem "toma" passes é não querer ser submetido a um tratamento prolongado (várias sessoes), porque a transfusão das energias magnéticas (do passista) levam o seu tempo a penetrar nas regiões afetadas, fazendo com que células doentes sejam revigoradas, o que se pode constatar em francas melhoras após um mês ou mais da transmissão dos fluidos. Infelizmente, atravessamos uma época em que queremos tudo feito rápidamente e, por isso, quando não sentimos as melhoras logo nas primeiras sessões, perde-se a confiança e desiste-se de "ir ao passe".

EFICÁCIA: O passe nao é um remedio milagroso. Quem toma o passe recompoe-se, energeticamente falando; mas se tiver uma doenca, essa continuará; assim, o passe nao substitui a medicina tradicional, e sim é um complemento dela.

ORIGEM: O passe, como ciencia organizada, ja era conhecido na epoca de Alan Kardec, sob o nome de "magnetismo"; se houver interesse, a obra de referencia 9 fornece detalhes sobre o magnetismo. A origem do passe perde-se no tempo, tanto é que na ja na epoca da Biblia ha' varias referencias, mostrando Jesus e os apostolos dando passe (fazendo a "imposicao das maos", como era conhecido).

BIBLIOGRAFIA:
1- ARMOND, Edgard- Passes e Radiações, São Paulo, Editora Aliança, 23. edição, 1984.
2- CURTI, Rino- O Passe,(Imposição das mãos), São Paulo, Livraria Allan Kardec Editora, 1. edição, 1985.
3- GORDON, Richard- A Cura pelas mãos, São Paulo, Editora Pensamento, 1978
4- JACINTO, Roque- Passe e Passista, São Paulo, Edições Culturesp Ltda, 3. edição, 1984
5- KARDEC, Allan- Obras Póstumas, Rio de Janeiro, Federação Espírita Brasileira ( Departamento Editorial) 12. Edição, pág. 60.
6- KARDEC, Allan- O Livro dos Médiuns, Rio de Janeiro, Federação Espírita Brasileira ( Departamento Editorial), 49. Edição, 1983, pág. 208.
7- LAPPONI, José- Hipnotismo e Espiritismo, Rio de Janeiro, Federação Espírita Brasileira ( Departamento Editorial) 2. Edição, l979.
8- LEADBEATER, C. W.- Os Chakras, São Paulo, Editora Pensamento.
9- MICHAELUS- Magnetismo Espiritual, Rio de Janeiro, Federação Espírita Brasileira ( Departamento Editorial), 3. Edição, 1975.
10- TOLEDO, Wenefledo de- Passes e curas Espirituais, São Paulo, Editora Pensamento.

Como se processa o desligamento do espirito do corpo, no caso de desencarne violento, no caso qual a duracao da pertubacao, e como fica o fluido vital

Cada caso de desencarnação é um caso...nao existem casos iguais. No caso de ser um desencarne violento, podem ocorrer, dependendo do grau de espiritualização do espirito o seguinte:
1 - não perceber que desencarnou, e continuar tentando viver como encarnado, até que no momento propício possa ter o esclarecimento (nunca ficamos sozinhos)
2 - ficar psicologicamente preso ao momento de desencarne, ou seja, num grande sofrimento, por tentar evitar o que vai acontecer. Neste caso ocorre como um bloqueamento do pensamento naquele momento, e o espirito fica preso, num processo de perturbação e sofrimento.
3 - Notar que desencarnou, e ficar confuso (a perturbaçao normal no momento de desencarne). Tenta viver materialmente, mas já se reconhece espirito, até que a assistência espiritual seja possivel.
4 - Adormecer e ser atendido directamente em postos ou instituição de socorro no plano espiritual, e ser despertado suavemente e esclarecido.

Tem mais possibilidades, mas nos prendemos no geral. Todo o desencarnado passa por um processo de perturbação espiritual, que pode durar minutos ou séculos, tudo dependendo da espiritualizaçao da criatura. Quanto ao fluido vital, conforme nos ensina o Livro dos Espiritos, ele retorna à sua origem, que é o fluido universal. Em alguns casos, como nos suicidas, por acção da lei de causa e efeito, ele fica ainda muito impregnado entre o perispirito e o corpo fisico, fazendo o espirito sentir com muita intensidade o processo de decomposição do corpo fisico. Existem tambem espiritos, ainda muito materializados que tentam vampirizar estas energias, mas tudo depende da proteção espiritual que temos (André Luiz relata nas suas obras que às vezes os espiritos superiores retiram estas energias, para evitar o vampirismo).

Os mortos ficam em suas casas? Seus filhos pequenos podem vê-los?

Quando alguem desencarna, o espirito fica numa espécie de torpor, a perturbação espiritual, conforme se encontra explicado em O Livro dos Espiritos e no Livro O Céu e o Inferno (ambos de Allan Kardec). Dependendo do apego que tenham à sua casa, não há duvida que podem ficar em sua casa, mesmo sem saber ao certo o que está acontecendo, e esta sensação pode durar desde algumas horas a muito tempo. Quanto aos filhos pequenos verem, podem sim ver, embora não seja normal uma visão constante. Uma mãe por exemplo, pode vir ver os filhos. Agora pode ser também apenas uma visita, só que neste caso normalmente é feita durante o sono, daí as crianças dizerem que sonharam com este ou aquele ente querido.

A hora do desencarne é sempre à hora prevista. Para quem morre durante um assalto, ou num acidente de automóvel... isso não é um morte prematura?

Nem sempre a hora do desencarne é à hora prevista.
Normalmente essa hora de retorno é planeada antes da reencarnação, e é determinada principalmente pelas condições do corpo fisico que vamos possuir e pelos debitos que temos a resgatar.
Mas podemos adiantar ou adiar, voluntariamente ou nao, esta hora planejada.
Por exemplo, pelo suicidio (que traz uma série de consequências dolorosas para o espirito que o realiza), estamos adiantando voluntariamente essa hora.
Deus é omnisciente e tudo sabe. Porem nos concede o livre-arbitrio para que possamos nos responsabilizar pelos nossos atos. Assim, ele "deixa" que cada um de nós, espiritos racionais, possamos guiar nossa propria existência.
Se a vitima nao ocasionou voluntariamente o assalto ou o acidente, e sua morte aconteceu (ou seja, nao foi suicidio), essa morte realmente ocorreu no tempo previsto; caso nao fosse a hora, haveria mecanismos que evitariam a ocorrência do acidente (por ex., pessoas que "perdem" a hora do voo por um motivo qualquer).

Qual a diferença entre, protector, guia espiritual e mentor?

Buscando na questao 514 de O Livros dos Espiritos, vemos o comentario de Kardec:
O Espirito protetor, anjo de guarda, ou bom genio e' o que tem por missao acompanhar o homem na vida e ajuda-lo a progredir. E' sempre de natureza superior, com relacao ao protegido.

Na questao 393, podemos ver o seguinte comentario:
Escolhe provas analogas 'as de que nao soube aproveitar, ou as lutas que considere apropriadas ao seu adiantamento e pede a Espiritos que lhe são superiores que o ajudem na nova empresa que sobre si toma, ciente de que o Espirito, que lhe for dado por guia nessa outra existencia, se esforcara' pelo levar a reparar suas faltas, dando-lhe uma especie de intuicao das em que incorreu.

Quanto à palavra mentor, nao existe ocorrência em O Livro dos Espiritos, entretanto, podemos dizer que e' a mesama coisa que guia, que, por sua vez, e' a mesma coisa que protector.

O que é o "Espírito de verdade" ?

Uma grande discussão que existe no movimento espírita é sobre a
associação entre a identidade de O Espírito da Verdade e Jesus. Sobre isso, estamos
enviando um artigo anexo ) apenas para sua referencia. Vc vai encontrar
muitas pessoas que afirmam a que o Espirito da Verdade é Jesus, e outras
tantas que negam. Ou seja, não existe, até onde sabemos uma definição para esta
questão.

JESUS E O ESPÍRITO DE VERDADE
Na literatura espírita e mais ultimamente e principalmente, nas revistas espíritas, o Espírito de Verdade vem envolto, às vezes, na névoa encantada da curiosidade, noutras, marulhado em atávicas ondas místicas, e mais além, mergulhado nas profundezas do inefável.
Temos nos, tendências arraigadas às culturas religiosas arcaicas e por isso, inclinação para triturar o abstrato e transforma-lo no concreto, perfeitamente palpável, personificando os conceitos, as imagens e as idéias. Ante tantas facetas e outros tantos prismas, o Espírito de Verdade toma a forma de Jesus, do Espírito Santo, de um Espírito ou de uma plêiade de Espíritos, tornando o tema extremamente polêmico.
Para Edmundo Vasconcelos, "a verdade não tem rótulo, nem dono a quem prestar obediência, mas por ser luminosa ela é eterna", e é exatamente por isso, que o Espiritismo nos pede uma fé raciocinada.
Em "OBRAS PÓSTUMAS",( Meu Guia Espiritual, pág. 273; 35 de março de 1856), descreve Kardec:
- "Uma noite achando-me no gabinete de trabalho, ouvi fracas, reiteradas pancadas na parede, que o separava do cômodo vizinho. A princípio nenhuma atenção lhes dei; como porém continuassem com mais força, variando de pontos fiz minucioso exame de um e de outro lado da parede(...)sem descobrir-lhe a explicação(....). Minha mulher entrou pelas 10 horas, veio ao gabinete e, ouvindo as pancadas, perguntou-me o que era aquilo.
-Não sei, respondi-lhe; a uma hora que se dá isto.
-Procuramos os dois sem nada descobrir, continuando o ruído até a
meia-noite, quando fui deitar-me."(grifos nossos)
P.-(...) Espírito familiar (protetor), quem quer que sejais, agradeço-vos a visita, e peço-vos que me digais quem sois.
R.- Para ti, chamar-me-ei A Verdade e todos os meses, por um quarto de hora, aqui estarei à tua disposição.
P.(...)- O nome Verdade que tomaste, é alusivo a verdade que procuro ?
R.- Talvez. Pelo menos é um guia que protegerá e que te ajudará.
(...) Observação_ As conferências mensais, que ele me havia prometido, não foram pontualmente realizadas, a princípio, e mais tarde deixaram de o ser completamente...
9 de abril, 1856.
P.-(À Verdade) _ Criticaste o trabalho que fiz outro dia, e tiveste razão. Tornei a lê-lo e reconheci na 30 ª linha um erro quanto ao qual protestaste com as pancadas que me fizeste ouvir..."
Não consigo imaginar Jesus, por três horas seguidas dando pancadas na parede do escritório de Kardec, para lhe avisar que, na 30 ª linha de seu trabalho, havia cometido um erro. Ora, se Jesus quisesse participar com representatividade da Codificação, o faria dando todas as mensagens e durante todo o tempo, de maneira clara e insofismável e com inigualável alumbramento em todas elas, como sempre fez e como lhe seria permitido como Governador desse planeta. Não haveria razão nenhuma para esconder-se sob qualquer denominação. Faltaria o motivo da incógnita. Quando aqui esteve, há 2000 anos, não deixou qualquer mensagem escrita, confiando nos seus apóstolos, na certeza de que seus ensinamentos seriam condignamente transmitidos às gerações futuras. Ele teve esta certeza, porque se assim não fosse toda sua obra teria sido em vão e se perderia. O Evangelho Segundo o Espiritismo está todo calcado no Novo Testamento e é a sua interpretação. Colocar em dúvida a veracidade e desvirtuar o evangelho de João para desdize-lo, não é o melhor caminho para a Verdade. Não existe pois, a aventada suposição de se ficar com o Novo Testamento ou com Kardec; a nossa única opção é ficar com os dois.
Em "A Gênese"_ Anunciação do Consolador, podemos destacar :
Pg. 385, n º 35: (...) "Mas o Consolador, que é o Espírito Santo, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e fará que vos lembreis de tudo o que vos tenho dito. ( S. João, cap. XIV, vv. 15 a 17 e 26._ O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VI). ( os grifos são nossos)
"O Espírito Santo é a falange dos Emissários da Previdência que superintende os grandes movimentos da Humanidade na Terra e no Plano Espiritual."( Francisco Cândido Xavier, Valdo Vieira: O Espírito da Verdade; p/ vários Espíritos; FEB, 8 ª Ed..
Pg. 386, nº 37: "Sob o nome de Consolador e de Espírito de Verdade, Jesus anunciou a vinda daquele que havia de ensinar todas as coisas e de lembrar o que ele dissera.(...) prevê não só que ficaria esquecido, como também que seria desvirtuado o que por ele fora dito, visto que o Espírito de Verdade viria tudo lembrar e, de combinação com Elias, restabelecer todas a coisas, isto é, pô-las de acordo com o verdadeiro pensamento de seus ensinos."
pg. 387, n º 38 e 39;
"...indício seguro de que o Enviado ainda não aparecera.
Qual deverá ser esse enviado ? Dizendo: "Pedirei a meu Pai e ele vos enviará outro Consolador", Jesus claramente indica que esse Consolador não seria ele, pois, do contrário dissera: "Voltarei a completar o que vos tenho ensinado." Não só tal não disse, como acrescentou: A fim de que fique eternamente convosco e ele estará em vos. Esta proposição não poderia referir-se a uma individualidade encarnada (...) O Consolador é pois segundo o pensamento de Jesus, a personificação de uma doutrina soberanamente consoladora, cujo inspirador há de ser o Espírito de Verdade."
As palavras, "Jesus claramente indica que esse Consolador não seria ele", são de Allan Kardec, são do codificador.
pg 387; n º 40: "O Espiritismo realiza, como ficou demonstrado(cap. I, n º 30), todas as condições do Consolador que Jesus prometeu. Não é uma doutrina individual, nem de concepção humana; ninguém pode dizer-se seu criador. É fruto do ensino coletivo dos Espíritos, ensino a que preside o Espírito de Verdade. Nada suprime do Evangelho: antes o completa e elucida."( grifo nosso)
Em Prolegômeros (L.E. pg 50): "Este livro é o repositório de seus ensinos( dos Espíritos). Foi escrito por ordem e mediante o ditado dos Espíritos superiores(...):mas todos os que tiverem em vista o grande princípio de Jesus se confundirão num só sentimento o do amor, do bem(...)" "São João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São Luís, O Espírito da Verdade(o grifo é nosso), Sócrates, Platão, Fénelon, Franklin, etc., etc." Seria o mesmo que dizer: "Sigam os princípios de Jesus! (assinado) Jesus."
Das Obras Básicas participam, com comunicações, mais de cinqüenta Espíritos com mais de cem mensagens. O Espírito de S. Luís colabora com dezesseis; o de Espírito Santo Agostinho, com onze ; o Espírito Protetor com oito e assim por diante; o Espírito de Verdade com oito mensagens, usando as denominações: Espírito da Verdade, Espírito-Verdade ou na grande maioria das vezes, Espírito de Verdade.
Sobre a mensagem publicada no L.M.: cap. XXXI, pg 450 ( pu blicado em 1861), diz Kardec (Nota):
"Esta comunicação (...) foi assinada com um nome que o respeito nos não permite reproduzir, senão sob todas as reservas. (...) esse nome é o de Jesus de Nazaré. (...) Como já dissemos, quanto mais elevados são os Espíritos na hierarquia, com tanto mais desconfiança devem seus nomes serem acolhidos nos ditados.(...)
Na comunicação acima apenas uma coisa reconhecemos: é a superioridade incontestável da linguagem e das idéias, deixando que cada um julgue por si mesmo se aquele de quem ele traz o nome não a renegaria."( os grifos são nossos).
Vamos repetir as palavras de Kardec: "Na comunicação acima apenas uma coisa reconhecemos: é a superioridade incontestável da linguagem e das idéias."
Em que pese a linguagem e as idéias, no E.S.E. ; cap. VI: pg 129 (publicada em 1864 e revista, corrigida e modificada pelo autor em 1866), Kardec faz alguns reparos e suprime os seguintes trechos;
"Venho, eu, vosso Salvador e vosso juiz: "
"Crede nas vozes que vos respondem: são as próprias almas dos que evocais. Só muito raramente me comunico. Meus amigos, os que hão assistido a minha vida e à minha morte são os intérpretes divinos da vontade do meu Pai."
"Em verdade vos digo: crede na diversidade, na multiplicidade dos Espíritos que vos cercam."
Modifica ainda, a assinatura da mensagem, com efeito retroativo: "O Espírito da Verdade, (Bordéus, 1861.)"
Apesar da incontestável beleza da mensagem, reconhecida por todos, a supressão desses segmentos, retira algumas afirmações , entre as quais a de que, Jesus nunca se disse nosso juiz, nem estabeleceu nenhuma justiça crística, reconhecendo uma única justiça divina. Caso Kardec estivesse convencido, o que duvido, que a mensagem era mesmo de Jesus, que autoridade teria para suprimir trechos e mudar ou esconder sua autoria?
Além disso, continuando a análise da mensagem, a conclamação: "Espíritas! amai-vos, eis o primeiro ensino; instrui-vos, eis o segundo", demonstraria a natureza doméstica da mensagem, dirigida a um grupo de espíritas reunidos, ou em caso contrário conceder-nos-ia um privilégio, que nenhum Espírito de conscientização universal o faria, pois direcionaría a Terceira Revelação só para os espíritas. Porque, "(...) toda doutrina que tiver por efeito estabelecer uma linha de separação entre os filhos de Deus, não pode deixar de ser falsa e perniciosa."( L.E. parte 2 ª: cap. X; pg 287, perg.842). Além do mais não faria o menor sentido, seria totalmente incoerente, a mesma representatividade, ora se assinar como Jesus e outras vezes como Espírito de Verdade, isto é, ser incógnito e declarado ao mesmo tempo.
Talvez tenha havido a interferência de algum problema mediúnico, ao fim da comunicação, como aconteceu nas duas mensagens ditas de Jesus e publicadas no L. M. (cap. XXXI: pg 474). Mais ainda, comparando em seqüência a mensagem supracitada com a do L.M. (cap. XXXI; pg 456: n º XV), por exemplo, fica difícil acreditar que se trate do mesmo Espírito.
Nas Pegadas do Mestre( Vinícius; 7 ª Ed.: FEB 1989, pág. 130-134 ) Vinícius esclarece; "Tal é a imagem do coração humano antes e depois de ser visitado pelo Espírito Santo, ou Consolador prometido por Jesus Cristo.(...) Espírito Santo, Consolador, Paracleto, Espírito da Verdade que significam tais denominações? Representam uma só entidade ? Ou tantas entidades quantas enunciam ?
No meio dessa aparente confusão há sabedoria. Se Jesus se reportasse a uma determinada individualidade (...) referir-se-ia a essa entidade sob uma única designação. Como porém o Mestre aludia a plêiade dos "Espíritos do Senhor que são as virtudes do Céu", usou de várias expressões dando assim a entender tratar-se de uma coletividade e não de uma individualidade. Jesus empregou quatro designações no singular, ao invés duma só no plural, para nos ensinar também que entre os Espíritos do Senhor reina perfeita comunhão de sentimentos e de idéias, de modo que o conjunto deles forma uma unidade."
Assim o Espírito Santo, embora representando uma coletividade, bem pode se afirmar tratar-se de uma entidade individual, tal a identidade entre as grandezas espirituais que os Espíritos apresentam.
Completa ainda Herculano Pires: "O que o Espiritismo busca é a verdade cristã, cumprindo na Terra a promessa de Jesus, que através de Kardec, e seu guia Espiritual, o Espírito superior que deu a Kardec, quando este perguntou quem era, esta resposta simples: "Para você eu sou A Verdade."( Herculano Pires; O Centro Espírita.). Distingue ele, pois, Jesus, Kardec e o seu Espírito protetor, o Espírito de Verdade.
Diz ainda Kardec ( Obras Póstumas; pág. 276 ) "A proteção desse Espírito cuja elevação bem longe estava então de avaliar, nunca me faltou." E ainda à pág. 275 Kardec pergunta: "Terás animado na Terra alguma personagem conhecida ?"
R.- Já te disse que, para ti, sou a Verdade; isto, para ti, quer dizer discrição; nada mais saberás a respeito." ( o último grifo é nosso)
Nota-se aí a nítida intenção de Kardec e do Espírito superior em não revelar a identidade do Espírito.
Ora se Jesus, Kardec e seu protetor, o Espírito de Verdade, não tiveram este propósito, quem poderá faze-lo ?
Enfim, dar identidade aos Espíritos, querendo suplantar-lhes o desejo de permanecer incógnitos é mergulhar num processo de adivinhação, quase sempre fadado ao erro, desrespeitando-os. O mais valioso da Terceira Revelação não foi colocar em evidência o revelador, mas a REVELAÇÃO, que é de origem divina.; o importante não foi revelar o Espírito, mas a Verdade, e o Espírito da Verdade está presente em toda a obra da Codificação.
Fernando A. Moreira

Quais são exactamente os princípios básicos em que se fundamenta o espiritismo?

Embora não exista uma definição específica dos princípios básicos da Doutrina Espírita (uns falam em 5 pontos, outros em 7, outros ainda em 10), de uma forma geral nos estudos são citados 5 pontos:

Ponto 1- Existência de Deus
Allan Kardec coloca logo no início de "0 Livro dos Espíritos" um capítulo que trata exclusivamente de Deus.
Quiz com isto nos mostrar que o Espiritismo se baseia, em primeiro lugar, na idéia de um Ser Supremo.O Espiritismo, portanto, tem na existência de Deus o princípio maior, que está na própria base desta Doutrina. Sem pretender dar ao homem o conhecimento da Natureza íntima de Deus, permite-se argumentar de que prova a Sua existência a realidade palpitante e viva do Universo. Se este existe, tem de ter um divino Autor.

- A Existência e a Sobrevivência do Espírito.
Para a Doutrina Espírita, os Espíritos são "os seres inteligentes da criação. Povoam o Universo, fora do mundo material, " É importante esclarecer que a Codificação Espírita emprega a palavra Espírito para
designar os seres humanos desencamados (extracorpáreos). Em contrapartida, usa-se a palavra alma para designar os encarnados. Os Espíritos ou almas representam o elemento inteligente do universo, ou seja, são "a índividualização do princípio inteligente, como os corpos são a individualização do principio material". Após a morte do corpo físico - também chamada desencarnação -, a alma volta a ser Espírito, isto é, "volve ao mundo dos Espíritos, donde se apartara momentaneamente."

- A Reencarnação.
"A alma (Espírito) depois de residir temporariamente no Espaço, renasce na condição humana, trazendo consigo a herança, boa ou má, de seu passado; (..) reaparece na cena terrestre para (..) pagar dívidas que contraiu, conquistar novas capacidades que lhe hão de facilitar a ascensão, acelerar a marcha
para a frente. A lei dos renascimentos explica e completa o princípio da imortalidade" (..)
Não se pode compreender que o Espírito, destinado à perfeição, consiga realizar toda sorte de progresso numa só existência física. Os próprios fatos do dia-a-dia rejeitam tal idéia. "(...) Devemos ver na pluralidade das vidas da alma (do Espírito) a condição necessária de sua educação e de seus progressos. É à custa dos próprios esforças, de suas lutas, de seus sofrimentos, que ela se redime de seu estado de ignorância e de inferioridade e se eleva, de degrau a degrau (..)"

- A pluralidade dos mundos habitados.
A Doutrina Espírita ensina que os globos do Universo podem ser habitados, apesar da não-comprovação da Ciência Oficial: "( ... ) Deus povoou de seres vivos os mundos, concorrendo todos esses seres para o objetivo final da Providência. Acreditar que só os haja no planeta que habitamos fora duvidar da sabedoria de Deus, que não fez coisa alguma inútil. Certo, a esses mundos há de Ele ter dado uma destinação mais séria do que a de nos recrearem a vista. Aliás, nada há, nem na posição, nem no volume, nem na constituição física da Terra, que possa induzir à suposição de que ela goze do privilégio de ser habitada, com exclusão de tantos milhares de milhões de mundos semelhantes."

- A comunicabilidade dos Espíritos.
A comunicabilidade dos Espíritos é feita através da mediunidade, faculdade psíquica que todo ser humano possui, mais ou menos desenvolvida, isto :"( ... ) Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por este fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuem alguns rudimentos ( ... ). Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade medânica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva."

O que nos diz o espiritismo acerca da questão aborto?

A doutrina espírita ensina-nos que somos espíritos imortais, criados por Deus simples e ignorantes, com o livre arbítrio e a aptidão para o bem ou o mal.
Nosso destino é atingirmos a e, com essa, conseguirmos a verdadeira felicidade. Essa perfeição será alcançada à medida que nos formos melhorando, quer moral, quer intelectualmente. A fim de que possamos atingir esse objectivo, Deus nos concede o instrumento da reencarnação, através da qual, de existência em existência, vamo-nos descartando e libertando das nossas imperfeições e adquirindo as virtudes necessárias à nossa felicidade.
Assim, analisando a questão do aborto, que como bem sabemos, interrompe o processo reencarnatório de um espírito que se preparou, durante anos, na erraticidade, para retornar à carne em busca da sua própria evolução. Assim sendo,torna-se pois, um acto absolutamente violento e contrário às leis de Deus, pois frustra a esse espírito que iria reencarnar a oportunidade reencarnatória de que necessita para poder progredir. Impedimos através do aborto, que esse mesmo espírito passe pelas provas necessárias à sua própria evolução e para o que o novo corpo lhe serviria de instrumento. Ensinam-nos os Espíritos Codificadores que, desde o instante da concepção, o espírito se encontra ligado ao novo corpo através laço fluídico, que se vai apertando cada vez mais até ao momento do nascimento, em que o novo ser corporal deixa o ventre materno e vem à luz de uma nova encarnação. Antes disso, mesmo, dependendo da sua situação evolutiva, pode o espírito já começar a ligar-se afectivamente aos seus futuros novos pais, frequentando, inclusivé, o ambiente em que renascerá para a vida carnal. As obras de André Luiz mostram-nos isso. Com o aborto, a futura existência é anulada e o espírito reencarnante terá de recomeçar de novo a preparação para uma nova encarnação. Assim, para o Espiritismo, o aborto é uma transgressão à lei de Deus e a mãe ou quem quer que seja que concorra para a sua prática cometerá crime sempre que tirar a vida de uma criança antes do seu nascimento, adquirindo, para si, um débito expiatório que, necessariamente, terá de ser resgatado nesta ou numa próxima encarnação. Somente numa hipótese a doutrina espírita aceita a prática do aborto: quando o nascimento da criança puser em perigo a vida da mãe. Nesta hipótese, hoje já pouco provável, face ao progresso dos recursos médicos, é preferível que se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe.

Como se pode uma pessoa redimir de um aborto, perante as leis de Deus e do espírito rejeitado?Como fazer para merecer perdao?

Cristo nos deu a resposta para este tipo de situações:
"O amor cobre a multidão de pecados."
Podemos concluir que o amor tudo supera e vence, logo, em situações assim, devemos buscar acções positivas, acções que visem favorecer as pessoas que nos rodeiam, ou seja:
- Demonstrar arrependimento pedir perdão ao espírito que se rejeitou e a Deus
- Perdoar-se também a si própria. Joanna de Ângelis fala-nos da necessidade do auto-perdão, para que possamos resgatar com mais e melhores condições os nossos erros.
- Substituir o remorso pelo desejo de auxiliar (crianças carentes, principalmente)
- Trabalho assistencial
- Adopção, se possível
Lembre-se de que o amor sempre RECONSTRÓI !!!